sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

muro de cimento

gota de orvalho desce sobre o corpo
desliza
cai no umbigo
deslizam as mãos na razão
inefável razão constrói raízes
vou fundo no desejo: ter o corpo
anos depois sinto 
pingo de chuva escorre no vidro
cai no espaldar da janela
lapido o sentimento 
misturo paixão, carência, cimento
pétala de lascívia enruga os seios
ah meus seios em seus pêlos
ruborizo de paixão, carência
sobre o muro de cimento clamo
naquele canto de quarto motel
cama, espelhos, olhos, cabelos
saudade espalmada entre as pernas
arrepio, ternura, aconchego
vontade plasmada no tempo

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