sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

na madrugada

largo o perfume esvaziado na cama
amasso travesseiros
brinco com o lençol
enrosco lembranças fugazes de singelos instantes felizes
enrolo fios de cabelos destemperados pelo dormir
fumo zilhões de cigarros sentada no escuro da solidão
bebo sem parar nas ruas da babilônia
procuro não pensar
o não sentir
procuro não procurar
jogo todas as cartas no abismo de sentimentos indivisíveis
choro sangue
sangro água que passarinho não bebe
desespero da madrugada lenta
não passa
angustiada
carrego o enorme peso nas costas
tristeza mal acabada corróe o amor impossível
pratico o desdém
me reparto em milhões de noites agudas
rasgo o tempo
atravesso o mundo
desespero
sumir é pouco
viver ainda é pouco

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