segunda-feira, 7 de março de 2011

Minha Amiga Brigdte Jones

Sinto-me assim meio que como Brigdte Jones, é assim que escreve?
Bom, tanto faz...  mas temos algumas diferenças
A primeira e mais gritante, sou brasileira e não britanica, então sofro menos e me divirto muito mais.
Não sou gordinha e desengonçada, ao contrário, acho que sou até bonitinha, gostosinha, e magra certamente.
Não ouço músicas sobre ficar sozinha e choro, isso não...
Mas temos algumas semelhanças importantes.
A primeira delas, ambas somos mulheres e acima dos trinta. O que nos coloca em situação conflituosa. Já não somos menininhas de vinte, mas ainda não chegamos na temida idade da loba.
Ser mulher e ter mais de trinta anos é ter expectativas, querer viver e tomar a consciência de que o tempo passa mais rápido do que um avião supersônico... é ter que tomar decisões que perdurarão, que definirão, que determinarão o resto da vida, que parece esvair-se a cada aniversário.
Ambas somos completamente confusas com a profissão e com os homens
Mas nos homens.... ah os homens, aí é que nossa convergência chega ao extremo.
Ela ama um cara legal, honesto, trabalhador, romântico, bom caráter... um bom homem. Mas sempre cai na tentação de uma paixão bizarra com um safado, lindão, sedutor, bon vivant, ardiloso... um péssimo homem. 
Eu divido também essa crise eterna com ela. Mas como não vivo num filme hollywoodiano, o homem bom não é tão bom e o péssimo não é tão sedutor.
Eu e Brigtde, duas mulheres acima de trinta, amarguradas com o passar dos anos procuramos nos refugiar na idéia de que existem homens pra cama e homens pra companhia. Idéia idiota, mas super factível e facilmente observável a olho nu. E as vezes nos perdemos achando que o homem de cama pode ser boa companhia e ai caímos nas armadilhas de um péssimo homem. E quando procuramos cama com um homem de companhia sempre descobrimos que a verdade é bem mais cruel e tediosa do que a ficção.
Acontece que o bom homem nunca é tão bom quanto pensamos, nunca. As vezes ele pode ser mais cruel e ordinário do que o péssimo homem. As vezes ele pode revelar que toda bondade carrega em si um lado sombrio muito pior do que a maldade assumida. Ao deitar-se com o bom homem pode-se descobrir que aninhar-se na bondade acaba por abrir uma caixa de pandora que possivelmente nos levará a um abismo sem fim.
E o péssimo homem, só é realmente péssimo se você se envolver assim emocionalmente. Ai ele tripudia e humilha, afora isso, os péssimos homens costumam ser ótimos na cama e converter minutos de prazer em orgasmos maravilhosos. Mas, se nos deixamos levar por sua sedução acabamos mortas por dentro, terrivelmente massacradas por seus olhares e seu desdém. Afinal péssimos homens colecionam troféis, transformam mulheres como nós em prêmios, e botam na estante nossos sentimentos como se fossem caixinhas de músicas e esquecem lá, deixando-nos empoieradas e destruídas.
Confusas estamos, eu e Brigdte. Mas de uma coisa eu, pelo menos, tenho certeza. Quando se trata de homens, bons ou péssimos, o perigo está sempre ao lado... nas nossas camas!